terça-feira, 8 de abril de 2014

Carta para Sansão

Eu ia te contar que hoje, ao acordar, eu vi a falha na mensagem que te mandei há alguns dias atrás. E te contar que por muitos minutos fiquei a observar aquele recado deixado na minha caixa postal. Perdi o ônibus, perdi a chave do armário. Me perdi naquele recado.
Cheguei ao trabalho, sentei para ligar para os clientes. Não vendi, não sorri, nem disse ''tenha um bom dia''. Reclamei dos xingamentos. Fiquei por seis horas com os olhos afixados no relógio do canto da tela do computador. 14:50. Hora de ir pra casa. Tentei encontrar meu futuro debaixo de sol e calor. O vento sumiu, a felicidade sumiu, o sossego sumiu. Você sumiu. Andei como andávamos de mãos dadas, mas aonde estava a suas mãos hoje? Entrei no terminal. Vi seu ônibus passar. Automaticamente procurei em vários olhares os seus perdidos na lotação. Não achei. Entrei no meu ônibus. Cheguei em casa. Olhei no relógio. 16:43. Há dois anos atrás, nesse mesmo horário, eu te mandava mensagens perguntando como foi sua tarde, seu curso e se chegou bem em casa. Hoje, acendi a luz do meu quarto, sentei em minha cama. Suspirei, e pensei por ora: espero que estejas chegando bem.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Eu queria que você soubesse, que eu ainda penso naquela entrada à igreja, e nas coisas que você me dizia quando nos reencontrávamos. Eu queria te lembrar dos meus olhos e do meu sorriso quando te via se aproximar. Eu queria sentir aquele aperto no peito quando o via distante, mas pelo menos eu te via. E via você sorrir também.
Não falávamos em casamento, e muito menos em namoro, porque nunca precisamos disso para completar nossas vidas aos momentos em que não passamos juntos, mas a mente permanecia na Catedral da felicidade. E seríamos felizes, como nós fomos um dia.
Foi então que nossos caminhos nos tornaram livres, pra fazermos novas histórias com novos amores. E eu posso dizer que estou fazendo jus a essa tal liberdade. Mas é a minha mente que nunca mudará de rota.